1 – Apicultura
É o ramo que estuda as abelhas produtoras de mel e as técnicas para explorá-las convenientemente em benefício do homem. Inclui técnicas de criação de abelhas e a extração e comercialização de mel, cera, geléia real, pólen e própolis.
As abelhas melíferas são criadas em áreas onde haja abundância de plantas produtoras de néctar, como a laranjeira. Como norma, os maiores produtores de mel estabelecem suas colméias em zonas de agricultura intensiva, já que não é prático cultivar plantas para a produção de mel.
Trata-se de uma atividade muito antiga e difundida, que acredita-se ser originária do Oriente. China, México e Argentina são os principais países exportadores; Alemanha e Japão os maiores importadores. A apicultura é uma atividade muito antiga, suas origens estão na pré-história. São conhecidos os desenhos descobertos em cavernas da Espanha, mostrando o homem primitivo colhendo o mel de um enxame, com o auxílio de uma escada de cordas presa ao topo de um barranco. Antigos registros do Egito, Mesopotâmia e Grécia descrevem fatos sobre a criação de abelhas. A Bíblia faz inúmeras referências ao mel e enxame de abelhas.
A exploração dessa atividade sempre foi feita de maneira muito rudimentar, e os enxames eram quase totalmente destruídos no momento da colheita do mel, tendo que se refazer a cada ano. Mas, com o conhecimento adquirido através dos tempos, hoje o convívio com a abelha é diferente.
O apicultor é a pessoa que se encarrega de cultivar os produtos proporcionados pelas abelhas. As colméias artificiais que o homem fornece às abelhas são muito variadas e têm evoluído com o tempo. As mais rústicas eram simples troncos ocos ou cestos de vime; hoje em dia, utilizam-se diferentes tipos de caixas, que são muito mais práticas e fáceis de manejar.
O apicultor sabe qual é o melhor momento para colher o mel e que quantidade pode extrair sem prejudicar as abelhas. Tira unicamente os favos que contêm mel maduro e os coloca em uma máquina centrífuga, que extrairá o mel sem quebrar os favos, que podem ser utilizados novamente. Antes de engarrafá-lo, filtra-o para que fique livre dos restos de cera.
APIÁRIO
O apiário é um conjunto racional de colmeias, devidamente instalado em local preferivelmente seco, batido pelo sol, de fácil acesso, suficientemente distante de pessoas e animais, provocando o confinamento das abelhas. Ele sofrerá a interferência de fatores do meio ambiente no qual está instalado, tais como: temperatura, umidade, chuvas, florações, ventos, pássaros predadores, insetos inimigos e concorrentes.
O progresso do apiário dependerá, em grande parte, do meio ambiente no qual está instalado, onde vivem e trabalham as abelhas. Por isso, caberá ao apicultor, o correto manejo das abelhas, para obter resultados positivos no desenvolvimento do apiário.
2 – Criação, vestimenta e utensílios
Já sabemos como vivem e do que se alimentam as abelhas. Vamos, agora, saber como podemos criá-las, de forma a aproveitar sua produção excedente de mel, cera, pólen, própolis e geléia real. A isso se chama apicultura racional: a criação das abelhas, objetivando a produção de mel, cera e outros produtos, mas sem causar prejuízo à colônia.
Mas antes de denominar as técnicas e manejo de criação das abelhas, o apicultor deve conhecer os equipamentos, ferramentas e, principalmente, a indumentária, a vestimenta com que irá trabalhar. Afinal, criar abelhas não é o mesmo que criar coelhos ou ovelhas. As abelhas não são propriamente animais dóceis. Elas tratam de defender sua família contra qualquer tipo de ameaça (portanto são defensivas), e atacam todos os que consideram suspeitos com ferrão, pelo qual injetam veneno na vítima.
Assim, para trabalhar com abelhas, o apicultor deve, antes de mais nada, estar adequadamente vestido, para defender-se de eventuais picadas.
VESTIMENTA
A vestimenta básica é composta por uma máscara, um macacão, um par de luvas e um par de botas.
O melhor tipo de mascara é o de pano, com visor de tela metálica, pintada com tinta preta e fosca, que permite melhor visibilidade. Este tipo de máscara é sustentado por chapéu de palha ou vime e é fechada com um longo cadarço, que é amarrado sobre o macacão.
As luvas devem ser finas o suficiente para que o apicultor não perca totalmente o tato – fator de grande importância na manipulação das abelhas. As luvas de plástico, muitas vezes não são resistentes às ferroadas, e tem o inconveniente de não permitir a evaporação do suor das mãos, o que dificulta os trabalhos e cujo o odor pode irritar as abelhas. As luvas de couro fino, brancas, são as mais indicadas.
O macacão deve ser largo, folgado o suficiente para não criar resistência junto ao corpo, o que permitiria a ferroada da abelha.
As extremidades do macacão (mangas e pernas) devem ser arrematadas com elástico, para impedir a entrada de abelhas na vestimenta e o tecido deve ser resistente para defender o corpo de ferroadas. O brim é bastante utilizado e oferece uma boa proteção.
Finalmente, não se esqueça das botas. As melhores são as de borracha, branca, de cano médio ou longo, sobre o qual é ajustada a bainha do macacão.
Importante: lembre-se sempre que as abelhas são sensíveis às tonalidades escuras, especialmente ao preto e ao marrom. As abelhas têm verdadeira aversão a estas cores, que provocam seu ataque. Por isso, toda a indumentária do apicultor deve ser de cor clara. As mais indicadas são o branco, o amarelo e o azul-claro, tons que não as irritam.
UTENSÍLIOS
Fumigador – não é só a indumentária que defende o apicultor das ferroadas das abelhas. Um utensílio indispensável para qualquer tipo de trabalho é o fumigador. Sua função é a de diminuir a agressividade das abelhas. É um utensílio realmente obrigatório na apicultura, principalmente com as abelhas africanizadas.
Há diferentes tipos e tamanhos de fumigadores. Para quem está iniciando na atividade, o tipo mais apropriado é o fumigador de fole manual, constituindo por um fole, como o próprio nome diz, que é acoplado a uma fornalha dotada de grelha, na qual se queima o material que produzirá a desejada fumaça. Os de tamanho grande são preferíveis, pois garantem fumaça por maior espaço de tempo.
Ao contrário do que a maioria das pessoas – e mesmo alguns apicultores – imaginam, a fumaça produzida pelo fumigador não “tonteia” ou “sufoca” as abelhas. Na verdade, a fumaça é utilizada para criar a falsa impressão de um incêndio na colméia. Assim, ao primeiro sinal de fumaça, as abelhas correm a proteger as larvas e engolem todo o mel que podem, para salvar alimento em caso de necessidade de fuga. Isto tudo faz com que as abelhas desviem a atenção do apicultor, que pode então trabalhar com tranquilidade. Além disso, as abelhas, com seus papos lotados de mel, ficam pesadas e têm dificuldade para desferir a ferroada.
Como preparar e aplicar a fumaça – Os materiais mais apropriados para a produção de fumaça são de origem vegetal, como serragem grossa – não pode diversos tipos de madeira, sabugos de milho, folhas secas de eucaliptos, gravetos ou cascas secas de árvores. O importante é que a fumaça não seja jamais produzida por materiais que possam irritar ou molestar as abelhas, como óleo de qualquer natureza, querosene, gasolina e produtos que desprendam odor forte ou mau cheiro. A fumaça deve ser fria e limpa, em resumo. Essa fumaça deve ser usada com parcimônia nos trabalhos, em pequenas quantidades, para não irritar as abelhas.
Formão de apicultor – é uma ferramenta praticamente obrigatória. É utilizada para abrir o teto da colméia, que normalmente é soldado à caixa pelas abelhas com a própolis. Serve também para separar e desgrudar as peças da colméia.
Espanador – É empregado para remover as abelhas dos quadros da colméia sem feri-las.
Garfo desoperculador ? É o instrumento utilizado para destampar os alvéolos dos favos, liberando, assim, o mel armazenado.
Pegador de quadros – trata -se de uma ferramenta relativamente útil: compostas de duas tenazes de funcionamento simultâneo, ela remove facilmente os quadros da colméia, mesmo aqueles que estejam soldados com própolis entre si. Além de facilitar o manuseio dos quadros da colméia, este instrumento diminui o risco de esmagamento das operárias.
Centrífugas – São equipamentos destinados à extração de mel sem provocar danos aos favos, que, poderão, desta forma, ser reaproveitados. Há basicamente dois tipos de centrífugas – a facial e a radial, sendo que este último modelo é considerado mais prático.
No entanto, apesar das vantagens que apresenta, a centrífuga não precisa ser adquirida prontamente pelo apicultor iniciante. Ela só se justifica em casos de determinados volumes de produção. Uma interessante alternativa, para apicultores iniciantes, é a aquisição da centrífuga em regime de cooperativa: todos pagam por ela e todos usam.
3 – Colméia
A apicultura racional nasceu quando o homem desenvolveu o sistema de quadros móveis instalados em colméias. Até então, o homem simplesmente pilhava o mel das abelhas que vivem em abrigos naturais, como ocos de árvores, cupins, fendas de pedras etc., ou procurava criá-las em caixas rústicas de madeira, cestos de palhas e outros recipientes. Mas os resultados não eram dos melhores. A pilhagem do mel de colméias naturais é, quase sempre, única, já que devido aos estragos provocados à colônia, a família enxameia ou acaba morrendo.
No caso da criação de abelhas em caixas rústicas a produção de mel é muito pequena e o produto é de péssima qualidade, pois ele é obtido espremendo-se os favos que são recortados e removidos das colméias.
Na apicultura racional este problema foi solucionado com invenção dos quadros móveis. Trata-se de uma engenhosa invenção de apicultores do final do século XIX. A apicultura moderna, racional, que permite a produção de grandes quantidades de mel, pólen e outros produtos de grande, começou com desenvolvimento deste sistema, que consiste em induzir as abelhas a construírem seus favos em quadros dispostos verticalmente na colméia construída para abrigar a família. Este sistema oferece uma série de vantagens de ordem prática.
O sistema de quadros móveis permite que o apicultor inspecione o interior da colméia e intervenha sempre que for preciso: eliminando favos velhos, controlando focos de pragas (como as traças), trocando a posição dos quadros, prevenindo a enxameação.
Este sistema permite também a utilização de lâminas de cera alveolada, que reduzem enormemente o trabalho das abelhas, possibilita o emprego de alimentadores artificiais (que garantem alimento à família durante o outono e o inverno), permite o reaproveitamento dos favos, e, mais importante, a contínua colheita de mel.
Além destas vantagens, as colméias dotadas de quadros móveis podem ser fortalecidas com a introdução de um quadro de mel ou de crias de outra colméia.
TIPOS DE COLMÉIAS
Conhecem -se hoje mais de 300 diferentes tipos de colméia; que variam em função de adaptação climática, manejo, etc. Mas todas elas apresentam a mesma constituição básica: um fundo, ou assoalho; um ninho que é compartimento reservado ao desenvolvimento da família; a melgueira, compartimento onde é armazenado o mel; os quadros, nos quais são moldados os favos de mel ou de cria; e uma tampa, que reveste toda a colméia.
Todas estas peças – assoalho, ninho, melgueiras, quadros e tampa – são móveis e podem ser retiradas a qualquer momento o que facilita o trabalho de intervenção do apicultor. Outra vantagem: por ser móvel, este sistema permite que a colméia receba mais melgueiras na época de floradas abundantes, aumentando assim a produção de mel e, por outro lado, seja reduzida nos períodos de escassez. Dada essa facilidade de modalidade, este tipo de colméia, o único utilizado pelos verdadeiros apicultores, é chamado de mobilista.
Diferentes materiais podem ser empregados na construção das colméias; madeiras, fibra de vidro, amianto, concreto, isopor etc. No entanto, dá-se preferência, por razões de ordem prática e econômica, a madeira.
Mas não é só no material que as colméias diferem. Há uma afinidade de modelos de colméias, sendo que a mais indicada para as nossas condições é a colméia Langstroth, ou Americana. Idealizada por um dos pais da moderna apicultura, o pastor Lorenzo Langstroth, este tipo de colméia é a mais utilizada em todo o mundo e é recomendada pelo padrão pela Confederação Brasileira de Apicultura e o Ministério da Agricultura.
O ESPAÇO- ABELHA
Langstroth desenvolveu sua colméia quando descobriu o que se chama hoje de espaço abelha, que é o menor espaço livre que pode existir no interior de uma colméia, para permitir a livre movimentação das abelhas.
Este espaço abelha é uma descoberta muito importante. Ele é a própria referência da abelha no interior da colméia. As abelhas vedam, com própolis, todas as frestas e vão inferiores a 4,8mm e constroem favos nos espaços superiores a 9,5mm.
Ao descobrir esta característica das abelhas, Langstroth desenvolveu um tipo de colméia, compostos por dez quadros, que mantém, entre si e entre as paredes, a segura distância de 9mm, em média. Isto é conseguido com o uso dos quadros Hoffmann, dotados de espaçadores automáticos, ou seja, que já mantêm o chamado espaço – abelha entre si.
Por se tratar de um objetivo que reclama precisão e exatidão, em termos de dimensões e medidas, não é aconselhável ao apicultor iniciante produzir suas próprias colméias. Mais fácil e prático é adquiri-las já prontas.
TELA EXCLUIDORA
Outro importante avanço da apicultura racional. A tela excluidora, na verdade uma chapa perfurada, não permite que a rainha se desloque do ninho para a melgueira, onde poderia depositar seus ovos e comprometer o mel. A tela excluidora, instalada entre o ninho e melgueira, permite apenas e tão somente a passagem das operárias do ninho para a melgueira, onde depositarão o mel que, mais tarde, será colhido pelo apicultor.
O ALVADO
O alvado é o que se pode chamar de porta de colméia. É um acessório regulável e de grande importância para a defesa da família. Trata-se de um sarrafo que é instalado na entrada da colméia, de forma a permitir a entrada e saída das abelhas. Nos períodos de frio, esta é reduzida, para conservar maior calor no interior da colméia. Nas épocas de floradas ou de calor, esta abertura é aumentada.
CERA ALVEOLADA
Outro importante aperfeiçoamento da apicultura moderna foi o desenvolvimento da cera alveolada. Com este material o produtor poupa trabalho de sua abelhas e ganha tempo na produção de mel. A cera alveolada é uma lâmina de cera de abelha prensada, que apresenta, de ambos os lados, o relevo de um hexágono do mesmo tamanho do alvéolo, que servirá de guia para a construção dos alvéolos dos favos.
A cera é fixada por meio de um arame que corre por dentro dos quadros. Normalmente, os quadros já são vendidos com o arame, e sua instalação é fácil de ser feita. Para soldar a cera ao arame, use a extensão de uma tomada com fio dos dois pólos elétricos ligados a uma resistência – dessas que servem para aquecimento de ambientes – com duas saídas: descanse a lâmina de cera sobre o arame. Em seguida, com o auxilio de dois fios condutores, provoque um pequeno rápido curto nas extremidades do arame.
Pronto! A cera se soldará automaticamente pela ação do calor provocado pelo curto-circuito. Atenção porque uma descarga muito prolongada poderá derreter a cera, impossibilitando sua fixação. Mas o método é pratico e largamente empregado pelos apicultores.
4 – Escolha do local
A localização do apiário é um dos fatores mais importantes para o sucesso da apicultura. Vale a pena gastar um pouco de tempo na identificação do melhor local da propriedade para a instalação do apiário.
Antes de instalar suas colméias, o apicultor deve levar em conta a disponibilidade de água e alimentos (floradas) para suas abelhas, procurar protegê-las de ventos fortes, correntes de ar, insolação intensa e umidade excessiva. Mas a maior preocupação do apicultor deve ser com relação à segurança de pessoas e animais. Este ponto é muito importante.
Naturalmente, o acesso ao apiário deve ser fácil, a fim de economizar tempo e reduzir os trabalhos do apicultor. No entanto, as colméias devem estar distantes 200 a 300 metros, no mínimo, de qualquer tipo de habitação, estradas movimentadas e criações de animais. Afinal, as abelhas são seres extremamente sensíveis a odores exalados por animais e pelo homem e irritam-se com qualquer tipo de movimentação anormal que ocorra nas proximidades da colméia. E nunca é demais lembrar que seu veneno, quando injetado em grandes quantidades, é fatal para a maioria dos seres vivos, inclusive o homem.
Para prevenir o ataque de inimigos naturais das abelhas, mantenha o gramado do apiário bem limpo, livre de mato e de arbustos que dificultem o vôo das campeiras. A utilização de projetores antiformigas nos suporte é de função ímpar, pois um ataque de formigas a enxames pequenos em desenvolvimento, praticamente dizima toda a família.
Um último cuidado: o apiário deve guardar uma única distância de aproximadamente cinco quilômetros de localização de outro apiário.
ÁGUA
Assim como para o homem a água é um elemento vital para as abelhas; ela entra na composição do mel, da cera, e da geléia real produzida pela família. Por isso, é muito importante que haja água limpa e em abundância próxima ao apiário.
FLORA APÍCOLA
A flora apícola é o que se pode chamar de pastagem das abelhas. É das flores que as abelhas recolhem o néctar e o pólen, que vão alimentar a colônia.
Consequentemente, boas fontes de pólen e néctar contribuem para aumentar a produção do apiário. Por isso, sempre que possível, o apicultor deve planificar a formação do pasto apícola antes mesmo da instalação do apiário.
Há plantas que produzem flores com elevada concentração de néctar, outras que produzem bastante pólen e outras ainda que fornecem igualmente pólen e néctar. Infelizmente, não existe o chamado pasto apícola ideal. Uma espécie vegetal de alto potencial apícola – o eucalipto, por exemplo, pode não se adaptar à sua propriedade. Aliás, para o apicultor iniciante, o pasto apícola composto por monocultura deve ser evitado, por proporcionar alimento às abelhas durante uma única época do ano. A exploração do pasto apícola de monocultura só se justifica na atividade comercial, quando o apicultor realiza a chamada apicultura migratória. Neste caso, o produtor leva suas colméias a pomares ou culturas de floração, transferindo-as para o outro pasto assim que termina a florada.
A apicultura fixista, praticada principalmente por pequenos produtores, sitiantes, hobbistas e iniciantes, é mais indicada exploração do pasto apícola constituído por espécies nativas, principalmente árvores que, pela sua diversificação, podem garantir alimento às abelhas continuamente, ainda que, em pequenas quantidades. A partir daí, cabe ao apicultor promover o melhoramento dessa pastagem, introduzindo variedades de maior valor apícola, desde que adaptadas à região onde se situa a propriedade. Culturas de médio porte e arbustivas, de alto potencial apícola, devem ser cultivadas próximas ao apiário. Algumas boas fontes de néctar e pólen que podem melhorar a alimentação das abelhas são melilotus, manjericão, manjerona, cosmos, guandu, colza, girassol, citros, frutíferas em geral, curcubitáceas (abóbora, abobrinha, melão, pepino etc.), leguminosas de uma forma geral, hortaliças, entre outras.
Até as chamadas plantas daninhas são excelentes fontes de alimento para as abelhas. Plantas como o assapeixe, carqueja, vassourinha, gervão, trapoeraba, sete-sangrias, vassoura, picão, entre tantas outras consideradas matos devem ser encaradas como fontes de néctar e pólen para as abelhas.
Não deixe também de cultivar, próximo ao apiário, plantas aromáticas e medicinais, pois seu odor atrai muito as abelhas e diversificará ainda mais as fontes de alimento das colônias.
Uma palavra final: o mais importante, na formação do pasto apícola, é que o apicultor procure identificar as espécies mais apropriadas e adaptadas a sua propriedade. Um exemplo: a astrapéia (lombeija). Essa planta tem a vantagem de florescer em pleno inverno garantindo, assim, alimento à família num período de escassez. No Rio de Janeiro, apresenta uma concentração de 28 a 44% de açúcar em seu néctar, enquanto em Florianópolis, SC, não concentra mais de 15% de açúcares.
5 – Construção das Colméias
O tipo mais usual em todo mundo é a colméia Langstroth, americana, que se adaptou muito bem no Brasil. Esse tipo de colméia é mais espaçoso do que os outros e muito favorável ao nosso clima. No inverno mais rigoroso, pode-se colocar o diminuidor de entrada do alvado (abertura por onde entram e saem as abelhas), mas deve ser retirado no verão a fim de que haja maior aeração dentro da colméia.
A colméia completa compõe-se das seguintes peças: assoalho, com um comprimento maior que o da caixa e possui o alvado; ninho: é colocado sobre o fundo e destina-se à postura dos ovos da rainha. Coloque no ninho dez quadros e cubra-os com uma tela excluidora, para evitar a subida da rainha para a melgueira, que é colocada sobre o ninho, com dez quadros para a posição do mel, e por último os quadros para a deposição do mel, e por onde são construídos os favos.
Além de uma ou duas melgueiras, o apicultor poderá colocar muitas outras, se assim o desejar, de acordo com a produção de mel e consequentemente a florada local. Quando a primeira está cheia de mel, pode-se optar entre a colheita de mel, ou a colocação de uma nova sobre a caixa.
Na confecção dos quadros, não há necessidade de fazer recorte da madeira, a fim de dar espaço entre os mesmos por ocasião da disposição no ninho ou melgueira. Nas casas especializadas são vendidos espaçadores, os quais devem ser colocados no lado dos quadros a fim de dar o espaçamento certo entre elas. O mais importante nas colméias são as medidas internas nos ninhos e melgueiras, como também as medidas externas dos quadros.
Falamos em medidas exatas, porque os quadros da colméia “A” podem ser utilizados na colméia “B”, principalmente quando se utiliza a centrífuga para a extração do mel. Ainda quando se adquire um enxame, os quadros que virão com abelhas, crias e a respectiva rainha, irão adaptar-se perfeitamente em nossa colméia e assim sucessivamente.
A madeira empregada para a construção das colméias normalmente é o pinho-do-paraná. O ninho, melgueira, assoalho e tampa são confeccionados com madeira de espessura de 2 cm e os quadros com madeira de 1cm.
Já vimos colméias fabricadas com certos tipos de madeira, que após o calor, os quadros ficam embodocados, isto é, não dando o espaço certo para a confecção sistemática dos favos. As próprias caixas também envergam, formando grandes frestas.
Tanto no ninho como na melgueira, devem ser feitos um rebaixo para acomodar, isto é, assentar os quadros sendo a altura de 1,9cm e a largura de 1cm. Há quem faça o rebaixo vertical 5mm mais profundo, colocando para compensar os 5mm uma tira de chapa, para facilitar a retirada dos quadros,os quais são menos vedados pela própolis.
PINTURA DAS CAIXAS
Uma vez prontas as colméias,como ficarão praticamente expostas ao tempo, convém pintá-las com tinta a óleo, dando preferência para as cores claras, como branco, creme, azul-claro, verde-claro, com duas ou três demãos; isto deve ser feito apenas nas partes externas.
Outro tipo de colméia é a Schimer, que à diferença das americanas, apresenta seus quadros na posição transversal ou perpendicular à entrada da colméia, dificultando, assim, a entrada de ar.
6 – Início da criação de abelhas
Você pode conseguir as abelhas para iniciar sua criação de três diferentes maneiras; comprando colônias de apicultores comerciais, capturando colméias em estado natural ou atraindo famílias em enxameação para caixas – armadilhas ou caixas-isca.
Cada um dos processos apresenta vantagens e desvantagens. Comprar as abelhas, simplesmente, pode ser bastante cômodo. Ocorre que a operação não é financeiramente viável para o produtor que pretende expandir sua criação e o apicultor não tem a oportunidade de desenvolver experiências. Por outro lado, este sistema é bastante prático e simples.
Já os apicultores mais experimentados que as colônias capturadas em caixas-isca são as que se desenvolvem mais rapidamente e as mais dóceis e fáceis de serem trabalhadas. Eles explicam que isto se deve em razão da índole mais domesticável das abelhas que se sujeitam a caixas-isca. Apesar da falta de comprovação científica, o fato é que vários apicultores garantem que as abelhas que aceitam caixas-isca são realmente menos agressivas que as capturadas na natureza. A desvantagem deste sistema está justamente na limitação e expansão do apiário, uma vez que não se pode prever quantas colônias poderão ser atraídas para as caixas-isca.
Finalmente, pode-se capturar enxames na natureza, removendo famílias inteiras de seu habitat natural, como cupins, troncos ocos de árvores, telhados, pneus, assoalhos, muros etc.
Dos três, a captura de enxames é certamente o mais trabalhoso. Mas ele apresenta várias vantagens: é barato (não é dispendioso), possibilita rápida expansão do apiário e conseqüente aumento de produção, e talvez o mais forte motivo – coloca o produtor em contato direto com as abelhas, proporcionando-lhe uma vivência que lhe será muito útil no manuseio de suas colméias, no dia a dia. De fato, na operação de captura de enxames na natureza é, possivelmente, a melhor instrução que o apicultor iniciante pode ter. Para um bom número de apicultores, aliás, a captura do enxame é a primeira oportunidade de contato com as abelhas. Se este é o caso, atenção para os seguintes passos para capturar um enxame.
CAPTURA DO ENXAME
Localizada a colméia, a primeira providência é cuidar do material que será usado na operação: além da vestimenta completa o apicultor deverá ter à mão o fumigador; a caixa e sobretampa de tela; quadros vazios (que receberão os favos de cria); quadros com cera alveolada, para completar espaços vazios; barbantes ou elásticos de boa qualidade para fixar os favos nos quadros; serragem grossa; faca afiada para cortar os favos; bacia com boca larga e panos para cobrirem (onde serão colocadas as sobras ou favos não aproveitados).
A captura do enxame deve ser feita exatamente como se deve trabalhar com as abelhas no apiário:
- Procure trabalhar sempre em dias claros ou de sol, quentes, se possível. Nestas condições, um número maior de campeiras estará trabalhando na coleta de néctar e pólen. Assim, menos abelhas estarão defendendo a colméia, no momento da operação.
- Faça o trabalho sempre com a ajuda de um parceiro. Na apicultura toda tarefa feita a quatro mãos é mais fácil de ser realizada.
- Faça o trabalho com paciência. Movimentos calmos, cuidadosos e delicados são indispensáveis. Qualquer gesto mais brusco pode irritar as abelhas e tornar impraticável a tarefa, sem falar nos riscos para sua própria segurança.
- Nunca dispense o uso do fumigador e jamais trabalhe sem a vestimenta apropriada. (lembre- se que é o homem que se acostuma com as abelhas, e não as abelhas com o homem).
7 – Manejo das abelhas
O verdadeiro trabalho do apicultor começa após a instalação de suas primeiras colméias. É aqui que começam as diferenças entre a apicultura racional da pilhagem ou exploração de enxames que vivem em estado natural. E o papel do apicultor é o de amparar suas abelhas nos momentos mais difíceis, para poder beneficiar-se nos estágios em que as colméias se encontram na plenitude produtiva.
Para tanto, é preciso que se entenda que a colônia vive em constante ciclo: nos períodos de escassez de alimento, a família definha, os zangões são expulsos da colméia, cai a postura da rainha e, consequentemente, diminui ou cessa a produção de mel, pólen e cera.
É nesse momento que entra a ação do apicultor, socorrendo sua colônia. Ele deve providenciar alimento artificial para sua criação, reduzir a entrada do alvado nos períodos de frio, para auxiliar a manutenção da temperatura ambiente no interior da colméia, fornecer cera alveolada para poupar as abelhas da trabalhosa tarefa de produzir cera, verificar o estado dos quadros etc.
Já nas épocas de floradas abundantes, a produção de mel da colônia, desde que em tudo esteja correndo satisfatoriamente, é farta o bastante para que o homem – o apicultor, no caso – possa colher boa parte para si, sem causar prejuízo às abelhas. Igualmente cresce a produção de pólen, cera, geléia real e própolis, que pode ser explorada, racionalmente, pelo apicultor. A colônia cresce, permitindo que o apicultor promova o desenvolvimento de seu apiário, fortalecendo famílias fracas, desdobrando colônias mais vigorosas, aumentando assim seu apiário e criando novas rainhas para substituir as já velhas, cansadas e decadentes.
A INSPEÇÃO DA COLMÉIA
Para verificar o andamento dos trabalhos da colméia e interferir nos momentos de necessidade – como, por exemplo, fornecer alimento nos períodos de carência, verificar a conformação dos favos e a posturas da rainha etc. – o, apicultor deve fazer inspeções periódicas.
Este trabalho de revisão, como foi dito, deve ser feito pelo apicultor devidamente trajado com sua vestimenta, em dias quentes e ensolarados e, preferencialmente, com a ajuda de outro colega. Neste tipo de atividade, o uso do fumigador é obrigatório e o trabalho deve ser feito de forma rápida, em movimentos tranquilos, delicados, porém decididos. Gestos ou ações bruscas podem provocar a irada reação das abelhas.
Para realizar o trabalho de inspeção ou revisão, aproxime-se sempre pelo lado de trás da caixa. Nunca interrompa, com o corpo, a linha de vôo das abelhas, que entram e saem da caixa em busca de alimentos.
O trabalho de inspeção começa sempre com a fumigação da caixa. Não faça fumaça em excesso para não provocar o efeito contrário ao desejado, ou seja, acabar irritando as abelhas; procure sempre fumegar ao lado até chegar a fumaça branca e não tão quente. Antes de abrir a caixa para fazer trabalho de revisão propriamente dito, faça fumaça junto ao alvado. Duas ou três baforadas leves bastam. Para abrir a tampa, e começar o trabalho de revisão, enquanto uma pessoa abre o teto da caixa a outra faz fumaça sobre a caixa horizontalmente. Nunca diretamente sobre os quadros. Duas a três baforadas são suficientes. Que a fumaça seja fria ou branca e nunca quente ou azul.
O QUE VERIFICAR NAS CAIXAS
Não se esqueça de que toda interferência no trabalho das abelhas deve limitar-se ao essencialmente necessário, para não prejudicar o desenvolvimento da colônia. Basicamente, o trabalho de revisão das colméias é feito para verificar:
1) – A DISPOSIÇÃO DOS QUADROS – Os favos, sejam eles de cria ou de mel, devem estar em bom estado. Favos escuros, retorcidos ou danificados devem ser substituídos por favos com cera nova alveolada.
2) – A POSTURA DA RAINHA – Os favos, principalmente os de centro do ninho, onde se desenvolve a família na colméia, devem ser examinados para constatar a presença de larvas e ovos. É uma operação delicada e que requer atenção visual, pois os ovos são pequenos, medindo cerca de 2mm. A ocorrência de favos com pequeno número tanto de crias, abertos ou fechados, como de ovos depositados, é sinal de que a rainha está fraca ou decadente e deve ser substituída.
3) – ESPAÇO PARA A FAMÍLIA SE DESENVOLVER – Se os favos da caixa estão todos ocupados, com crias ou com alimento – mel e pólen, o apicultor deve providenciar mais espaço para a família, ou seja, uma caixa extra, com quadros dotados de cera alveolada, em cujos favos a rainha poderá depositar seus ovos. Um indício de que a caixa está “lotada”, ou seja, superpovoada, é a formação daquilo que os apicultores denominam de “barba” de abelhas: a disposição, nos dias quentes, de numerosas abelhas na entrada das colméias, em forma de cacho.
4) – COLOCAÇÃO DE MELGUEIRAS – O apicultor deve observar o fluxo de néctar que está entrando na colméia e colocar sobre o ninho uma ou duas melgueiras.
5) – SINAIS DE DOENÇA- A presença de larvas mortas nos favos e de abelhas mortas no assoalho da caixa é indício de ocorrência de doença na família. Uma colméia sadia é sempre limpa e higiênica.
6) – FALTA DE ALIMENTO- Na entressafra, ou seja, nos períodos em que não há florada, principalmente durante o inverno ou nas estações de muita chuva, verifique se a família tem alimento suficiente. Caso contrário você deverá fornecer alimentação artificial à colônia.
7) – COLETA DE MEL- Durante a florada, colha o mel que estiver maduro devolvendo os quadros, vazios e limpos, às melgueiras.
8) – CONTROLE DE ENXAMEAÇÃO- Para evitar que parte da colônia enxameie, ou seja, que abandone a colméia, verifique se a família está formando realeiras nos favos. As realeiras, que são cápsulas destinadas à criação de rainhas, são formadas normalmente, nas extremidades dos quadros, apresentando a forma de um casulo parecido com uma casca de amendoim. Elimine, se for o caso, estas cápsulas para não perder a colônia.
8 – Desenvolvendo o apiário
Os apicultores experientes costumam lembrar que uma colméia forte, populosa, produz mais do que quatro colméias fracas. E esta observação tem fundamento. Realmente, uma família mais numerosa apresenta maiores e melhores condições de defesa da colônia e coleta de alimento do que uma família fraca.
Este conceito, por sinal, é um dos principais fundamentos apicultura moderna: antes de expandir o apiário, devem-se fortalecer as colméias existentes. A produção final será, certamente, muito maior.
ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL – Vários fatores interferem no desenvolvimento e fortalecimento das colméias. Um dos mais importantes é a disponibilidade de alimento – néctar e pólen – que se reduz no outono/inverno e nas estações chuvosas (que impedem ou dificultam as floradas).
Nestes momentos de carência de alimento, o apicultor deve cuidar para que não falte alimento às suas abelhas. E, para suprir as necessidades de alimentação artificial.
De toda forma, o apicultor deve ter em mente que a alimentação artificial só é fornecida à colméia para repor o alimento em falta ou para estimular a família e, particularmente, a rainha, nos períodos que antecedem às floradas.
O alimento artificial comumente usado pelos apicultores é constituído de uma solução de água fervida (para diminuir a possibilidade de fermentação do produto), e açúcar acrescido de mel, caso haja em disponibilidade. Este produto – na verdade, um xarope – é fornecido à colméia por meio de um alimento denominado Boardmann, frasco acoplado a uma base de madeira, a qual é encaixada na entrada da caixa.
O inconveniente deste sistema é que, especialmente em apiário com grande número de famílias, pode levar à pilhagem do alimento por abelhas de outras colônias.
Para evitar este risco, muitos apicultores preferem fornecer alimento artificial sólido, mais conhecido como cândi, preparado com açúcar de confeiteiro e água. O açúcar é desenvolvido na água e a mistura é levada ao fogo, sendo fervida vagarosamente, mexendo sempre para não queimar, até atingir o ponto de bala. Este alimento é fornecido em cochos, que são alimentadores instalados no interior das caixas, junto a uma das paredes laterais, no lugar de um quadro. Neste caso é importante colocar flutuadores – madeiras pequenas – para que as abelhas não se afoguem.
CONTROLANDO A ENXAMEAÇÃO
Uma das causas de maior frustração para o apicultor é a enxameação de uma família, ou seja, o abandono da colméia. Há várias razões que explicam esta atitude – mais comum entre as famílias africanas e, infelizmente, não existe um sistema de controle infalível, que seja 100 % eficiente. É assim que elas asseguram sua sobrevivência e desenvolvimento.
Mas o apicultor dispõe de alguns métodos para evitar a perda de colônias. Um dos melhores indicadores é a observação do desenvolvimento da família. Colônias muito populosas, que não dispõem de espaço suficiente para se desenvolver na colméia, costumam enxamear, em busca de habitação menos apertada.
A mudança de habitação é mais freqüente nos períodos mais quentes do ano – novembro a fevereiro -, mas nada impede que uma família enxameie durante meses mais frios.
O congestionamento da colméia é ralativamente fácil de ser constatado. Quando há falta de espaço na caixa, as abelhas se agrupam na entrada da colméia, formando a aglomeração que os apicultores chamam de barba.
Caso a barba permaneça na entrada da caixa por muito tempo, mais de uma semana, é sinal de que as abelhas podem enxamear em breve. Neste caso, faça uma inspeção na caixa para destruir as realeiras existentes e dar mais espaço a família. Este espaço extra pode ser obtidos pela remoção dos quadros de mel e pólen – que impedem a circulação das abelhas e a expansão da colônia – ou pela instalação de uma caixa extra, sobrecaixa, dotada de quadros com cera alveolada. Em circunstâncias normais, a ultima opção é mais aconselhável, por resolver o problema por um bom tempo.
Há outros sistemas de controle de enxameação, como os métodos de Miller de Demaree e por despejo, por exemplo. Estes sistemas, no entanto, requerem um certo grau de experiência e domínio técnico por parte do apicultor, não sendo recomendados a iniciantes. O método de aumento de espaço, citado aqui, é simples, prático e garante o controle da enxameação.
Para prevenir a enxameação, nunca deixe faltar alimento à família. As abelhas africanas são especialmente inclinadas a enxamear na falta de alimento. E, suspeitando da possibilidade de enxameação, elimine os favos de zangões, cujas células são maiores do que as de operárias.
Finalmente, uma rainha velha e decadente, com baixa postura, pode levar a família a enxameação. Neste caso, o único jeito é substituir a rainha por outra mais jovem e produtiva.
FORTALECENDO A FAMÍLIA
A experiência demonstra que uma família forte produz mais do que duas, três, às vezes, quatro famílias fracas, antecipando e aumentando a produção de mel, os apicultores empregam a técnica de união de famílias. Esta técnica consiste, como o próprio nome diz, em unir duas famílias fracas, que darão origem a uma única, forte, populosa e produtiva.
A época mais indicada para a união de famílias; e durante o outono (para que a colônia suporte o inverno em melhores condições) e durante a primavera (fortalecida, a família poderá aproveitar melhor a florada).
Naturalmente, duas famílias não podem ser unidas diretamente. Ambas as rainhas entrariam em luta mortal até que uma delas fosse vencida e as abelhas de famílias diferentes não se aceitariam pela diferença de cheiro das colônias. Daí a necessidade de adoção de práticas de manejo.
9 – Multiplicação artificial das abelhas
As abelhas campeiras são dotadas de uma memória geográfica, razão pela qual sempre retornam ao ponto de onde saíram, orientadas pela posição do sol.
Baseando – se neste principio, podemos promover a divisão artificial de uma ou mais famílias, para ampliar o apiário. Este trabalho, no entanto, só deve ser feito nos períodos de maior florada e de boas condições climáticas (ausência de chuvas contínuas e nos períodos de calor). Naturalmente, a família que se pretende dividir deve ser populosa, forte, possuir um bom número de crias e, de preferência, propensa a enxamear. Para dividir a família, proceda da seguinte forma:
- transporte a colméia populosa para novo ponto, distante pelo menos cinco metros do local original.
- Instale, no local original onde estava a colméia populosa, uma nova caixa.
- Transfira da colméia populosa para a nova caixa todos os quadros com cria nova (alvéolos não operculados) e ovos, um ou dois favos com cria madura (alvéolos operculados) e metade dos favos com mel. Complete com quadros contendo cera alveolada, e transfira algumas abelhas nutrizes da colméia populosa para a nova.
- Existindo quadros com realeiras, transfira -os para a nova caixa. Isto vai auxiliar o desenvolvimento da nova família.
- Feita a divisão, na caixa forte, que foi transferida de lugar, ficarão a rainha as abelhas novas (nutrizes, faxineiras e engenheiras), os quadros com cria madura e quadros com mel. Completando a caixa, coloque os quadros contendo cera alveolada.
- A nova colméia receberá todas as abelhas campeiras que, com a ajuda das nutrizes, vão criar nova rainha, aproveitando a existência de realeiras ou, na falta destas, das larvas e ovos.
Há diversos outros métodos de divisão de famílias, mas todos eles se baseiam neste mesmo sistema. O processo descrito aqui é o mais empregado, por ser o mais simples e prático.