Por: M. humberto – Estudante de Agronomia UFAL/
Por estarem intimamente ligados a questão do natural acabamos por confundir essas nomenclaturas. A mídia trata de colaborar com isso muito bem. Na verdade existe uma grande diferença entre alimento orgânico e alimento Agroecológico.
A agroecológia é a junção harmônica de conceitos das ciências naturais com conceitos das ciências sociais. Tal junção permite nosso entendimento acerca da Agroecologia como ciência dedicada ao estudo das relações produtivas entre homem-natureza, visando sempre a sustentabilidade ecológica, econômica, social, cultural, política e ética.
Basicamente, a proposta agroecológica para sistemas de produção agropecuária faz direta contraposição ao agronegócio, por condenar a produção centrada na monocultura, na dependência de insumos químicos e na alta mecanização, além da concentração de terras produtivas, a exploração do trabalhador rural e o consumo não local da respectiva produção.
Ou seja, as práticas agroecológicas podem ser vistas como práticas de resistência da agricultura familiar, ao processo de exclusão do meio rural e homogeneização das paisagens de cultivo. As práticas agroecológicas se baseiam na pequena propriedade, na mão de obra familiar, em sistemas produtivos complexos e diversos, adaptados às condições locais e em redes regionais de produção e distribuição de alimentos.
Portanto, não se pode pensar em Agroecologia como “ciência neutra”, já que há em suas pesquisas e aplicações claro posicionamento político.
Ela se coloca como ciência comprometida e a serviço das demandas populares, em busca de um desenvolvimento que traga soluções sustentáveis para os diversos problemas hoje enfrentados na cidade e no campo.
Já o orgânico pode ser agroecológico ou não! Os produtos orgânicos não fazem uso de produtos químicos sintéticos ou alimentos geneticamente modificados. A filosofia dos alimentos orgânicos não se limita à produção agrícola, extendendo-se também à pecuária (em que o gado deve ser criado sem remédios ou hormônios), e também ao processamento de todos os seus produtos.
Alimentos orgânicos industrializados também devem ser produzidos sem produtos químicos artificiais, como os corantes e aromatizantes artificiais. Pode-se quase resumir toda sua essência filosófica num desprezo absoluto por tudo que tenha origem na industria química. Todas as demais industrias: mecânica, energética, logística, são admissíveis desde não muito salientes.
Produtos orgânicos costumam ser significativamente mais caros que os tradicionais, tanto por causa do maior custo de produção, quanto pelo seu marketing (que explora uma imagem de “apelo ecológico”).
Além disso esses produtos por serem orgânicos, não os livra de serem produzidos nos moldes da agricultura convêncional ou da monocultura, eles apenas não usam da quimica como principal meio de combate pragas e fazendo uso dessa propaganda,”livre de agrotoxicos”, juntamente com a midia do “selo verde” que é uma certificação que impede o pequeno produtor de comercializar seu produto como orgânico, que o mesmo alcança preços absurdos e atigem a um determinado tipo de consumidor, o de alto poder aquisitivo.