O Brasil tem aproximadamente 250 espécies de abelhas pertencentes à tribo Meliponini, chamadas popularmente de abelhas sem ferrão. Algumas destas espécies são criadas para a produção de mel, que tem sido cada vez mais valorizado para fins gastronômicos.
Além disso, elas cumprem um papel muito importante na polinização de plantas e podem ajudar no aumento da produtividade agrícola (leia o texto A relação das abelhas com o aumento da produtividade agrícola em pequenas e grandes propriedades)
Em geral elas nidificam em ocos encontrados nos troncos de árvores, mas podem também utilizar cavidades naturais em barrancos e no solo, espaços vazios em muros, paredes de casas e mesmo ninhos abandonados de formigas e cupins.
Nessa construção, as abelhas usam cera, resina, barro e cerume (uma mistura de cera com resina). Muitas espécies podem também ser adaptadas a colmeias artificiais, como exemplo, caixas de madeira. Importante salientar que existem vários modelos de caixa que podem ser usados, sendo necessária a adaptação à espécie e do produtor. O modelo escolhido deve levar em consideração a biologia das abelhas, arquitetura do ninho e facilidade de manejo.
Meliponários
Flora: ocorrência de florada, ou seja, plantas que forneçam o pólen e néctar às abelhas durante a maior parte do ano;
Água: tão importante quanto a flora, a água é um elemento fundamental para o desenvolvimento de uma colmeia, logo é recomendado que o meliponário tenha uma fonte de água a no máximo 100 metros de distância;
Sombreamento: o ideal é colocar as caixas em local sombreado para evitar que o sol aqueça excessivamente a colmeia, as caixas devem ser protegidas por alguma cobertura, normalmente telha;
Meliponários Coletivos
Meliponários Individuais
Nesse tipo de meliponário as colmeias são instaladas em suportes individuais. Assim as caixas são protegidas da chuva com coberturas independentes, que não exigem a construção de estruturas complexas (Figura 2).
E qual a diferença de apicultura e meliponicultura?
A apicultura é a criação da abelha Apis Mellifera. A mesma é conhecida no Brasil como abelha europeia, Europa ou “oropa”. Essas abelhas foram trazidas ao Brasil da Europa, por imigrantes, e da África, pelo professor Warwick Estevan Kerr (1956).
O resultado do cruzamento natural entre as abelhas europeias e africanas, no Brasil, é conhecido como abelhas “africanizadas”. Essas abelhas são mais defensivas que as europeias e mais resistentes a doenças. Assim como as europeias puras, elas possuem ferrão no abdômen para defesa da colmeia.
A meliponicultura é a criação de abelhas nativas do Brasil. São abelhas que já existiam no país antes que a Apis fosse introduzida, e tem como característica a presença de um ferrão atrofiado, o qual elas não utilizam para sua defesa.
Assim, elas se defendem através de mordidas com suas mandíbulas, tentando penetrar no nariz e nos ouvidos, emaranhando-se nos cabelos ou depositando própolis sobre seus agressores. A meliponicultura trata de várias espécies, sendo as mais comumente criadas: Jataí, Uruçú, Mandaçaia, Iraí, Irapuá, entre outras.
A produtividade dessas colmeias é bem menor que a da Apis, espécies mais produtivas chegam até 10 litros de mel por colmeia. O mel dessas abelhas também é diferente, possuindo teor de água mais elevado se comparado ao mel de Apis.